segunda-feira, janeiro 16, 2017

A ISLAMIZAÇÃO DA SOCIEDADE FRANCESA E A SUBSEQUENTE DESAPARIÇÃO DAS MULHERES NO ESPAÇO PÚBLICO...

O que a seguir se narra já foi noticiado neste blogue, mas interessa lembrá-lo, desta feita com mais pormenores, dos mais suculentos:

As mulheres estão literalmente a desaparecer de cafés e bares em determinados subúrbios predominantemente muçulmanos em França, de acordo com recentes filmagens tomadas por uma câmara escondida, transmitidas pela rede France 2. O vídeo destaca duas activistas Nadia Remadna e Aziza Sayah do grupo La Brigade des Mères (Brigada da Mães), que luta pelos direitos das mulheres, entrando num café no subúrbio parisiense de Sevran, onde foram recebidas com hostilidade e certa perplexidade por parte dos clientes exclusivamente masculinos. Um deles disse-lhes: "é melhor esperarem lá fora. Há somente homens aqui... Neste café, não há diversidade."
Outro cliente disse-lhes: "neste café não há mistura. Estamos em Sevran, não em Paris. Aqui há uma mentalidade diferente. É como na nossa terra natal..."
Na periferia de Lyon a repórter de TV Caroline Sinz conversou com uma adolescente que afirmou que está com medo de sair de casa e que usa roupas largas, sem nenhuma maquilhagem para evitar ser visada pelos muçulmanos das redondezas.
Nas palavras de Sinz, parece que as mulheres "foram apagadas", dos cafés e das ruas. Sinz prossegue explicando que as mulheres nestas regiões costumavam protestar contra o status quo, mas agora
"Elas estão amedrontadas, já se manifestaram em inúmeras cidades onde foram insultadas e agredidas... De modo que agora, para evitarem as ameaças e serem pressionadas, elas auto-censuram-se e ficam em silêncio".
Axelle Lemaire, Ministra Francesa para Assuntos Digitais é também a primeira autoridade do governo a tecer comentários sobre o vídeo, ressaltou que as imagens mostram um caso "intolerável" e "ilegal" de "discriminação contra as mulheres". No entanto, sem perder tempo acrescentou que não se tratava de religião, afirmando que as comunidades muçulmanas de França não devem ser responsabilizadas pelo ocorrido.
O comentário de Lemaire sobre religião revela, mais uma vez, a ignorância deliberada que tantos no establishment político da Europa mostram quando da recusa em lidar com os problemas da islamização. Sevran faz parte do distrito de Seine-Saint-Denis, uma região habitada por mais de 600.000 muçulmanos de uma população de 1,4 milhões de habitantes. Já em 2011, o estudo "Banlieue de la République"("Subúrbio da República") de Gilles Kepel, cientista político e especialista altamente respeitado em assuntos sobre o Islão, mostrou que Seine-Saint-Denis, bem como outros subúrbios, foram-se tornando sociedades islâmicas paralelas, cada vez mais afastadas do restante da sociedade francesa. O facto das mulheres terem desaparecido das ruas de Sevran não pode ser dissociado da islamização dessas sociedades.
Esta islamização tem vindo a ser alimentada e fortalecida por pesados investimentos vindos do Catar - particularmente em mesquitas - em França durante os últimos cinco anos. Actualmente estes investimentos giram em torno de US$22 biliões. Os investimentos em mesquitas é a maneira do Qatar, ao que tudo indica, espalhar o wahhabismo/salafismo - uma forma particularmente radical do Islão - nos quatro cantos da terra.
A Lei Islâmica (Charia) é bastante clara no tocante ao papel da mulher no Islão. Seria muito interessante se os políticos franceses abrissem um Alcorão antes de dizerem que os recentes eventos "nada têm a ver com o Islão". O Alcorão afirma que uma esposa deve obedecer ao seu marido em todas as coisas (Alcorão 4:34)(1) e que o seu papel é em casa, onde ela deve, de preferência, ficar, a menos que ela tenha uma missão legítima para cumprir fora de casa (Alcorão 33:33).(2) Em países onde a charia é a lei do país, como na Arábia Saudita, a mulher não pode sair de casa sem permissão do marido.
Considerando o papel subserviente das mulheres conforme dita a Lei Islâmica (Charia), trata-se apenas de uma evolução natural que esses subúrbios franceses acabem por se islamizar e o facto de lugares em que a charia é tida em alta estima já se assemelharem à Arábia Saudita. Os efeitos cumulativos da islamização, financiados com dinheiro e influência do Qatar, só podem mesmo surpreender as elites políticas e culturais que obstinadamente se recusam em reconhecer e lidar com a realidade.
Outro político francês, o ex-ministro do trabalho Eric Woerth ressaltou que o vídeo "esfaqueia o coração da República. O coração da República é a igualdade entre homens e mulheres". Mas não se trata de uma declaração emotiva de "liberté, égalité, fraternité" um tanto quanto tardia? Onde é que esses políticos estavam? No ano passado Pascale Boistard, na época Ministro dos Direitos da Mulher da França, assinalou numa entrevista:
"Há regiões no nosso território onde as mulheres não são aceites, onde não são respeitadas e onde são praticamente obrigadas a viverem com este facto como se fosse um aborrecimento da vida quotidiana. E ao que tudo indica, todos parecem achar que isto é mais ou menos normal... Em muitos bairros, as mulheres podem ficar somente em determinadas áreas (hall de entrada, a área de saída da escola...) e virtualmente ausentes de outros como por exemplo recintos desportivos ou lugares dedicados a entretenimento. É normal que em determinados cafés não seja possível encontrar nenhuma mulher? Há uma forma equivocada de moralidade, muitas vezes exercida por grupos minoritários sobre a maioria, o que leva ao facto de o espaço público, supostamente pertencente a homens e mulheres, ser proibido para as mulheres".
A submissão, humilhação e aterrorização de mulheres nos subúrbios tem vindo a acontecer há décadas, debaixo dos narizes dos políticos que alegam preocupar-se com os direitos das mulheres e com "o coração da República", mas preferem viver na ignorância. Em 2002 a já falecida autora de "Dans l'enfer des tournantes"("Ida e Volta do Inferno"), Samira Bellil descreve como era a sua vida como adolescente nos subúrbios no final dos anos de 1980, como o título sugere, puro inferno. Numa conversa com a revista Time em 2002, salientou: "a partir do momento que uma menina sai de casa, os gajos acham que têm o direito de julgá-la e tratá-la de forma diferente. Em casos extremos isto leva à violência e à agressão". Bellil foi inúmeras vezes vítima de estupros colectivos cometidos por jovens muçulmanos porque a conheciam e a visavam, porque "qualquer menina da vizinhança que fuma, usa maquilhagem ou roupas atraentes é uma prostituta". Naquela época a revista Time ainda reportou o seguinte:
"a polícia reluta em patrulhar as regiões por medo da violência. Resultado: civilidade e ordem em muitas periferias simplesmente esfarelaram-se e bandos de jovens sentem que podem atacar as mulheres com impunidade..."
Isto aconteceu há quinze anos.
No mesmo artigo a Time também entrevistou Fadela Amara, líder da organização Ni Putes ni Soumise ("Nem Putas Nem Submissas") que faz campanha para que as mulheres tenham condições de viver vidas modernas e normais. Amara salientou que desde 1992 as mulheres que residem nos subúrbios de França têm que lidar com a disseminação da influência do fundamentalismo islâmico:
"Nos últimos 10 anos a condição da mulher nas preferias deteriorou-se radicalmente... Estamos a testemunhar o aumento dos insultos contra mulheres jovens que usam jeans, um aumento de casamentos forçados ou arranjados, mais mulheres jovens que são obrigadas a abandonarem a escola além de maior incidência da poligamia".
Quinze anos depois os ministros franceses fingem estar surprendidos e indignados com o facto de as mulheres desses subúrbios terem sucumbido ao terror incessante perpetrado contra elas e pelo facto de elas estarem a desaparecer das ruas.
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Judith Bergman é escritora, colunista, advogada e analista política.
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(1) Alcorão 4:34: "Alá fez os homens superiores às mulheres porque Alá preferiu alguns a outros, e porque os homens gastam a sua riqueza para mantê-las. Portanto, as mulheres virtuosas são obedientes e devem guardar as suas partes escondidas do mesmo modo que Alá as guarda. Com respeito às mulheres que você receie que se revoltem, primeiro chame-as à atenção, depois mande-as para uma cama separada, e então bata-lhes. Mas se elas forem obedientes depois disso, então não faça mais nada".
(2) Alcorão 33:33: "E permanecei tranquilas nos vossos lares, e não façais exibições, como as da época da idolatria; observai a oração, pagai o zakat, obedecei a Alá e ao seu Mensageiro, porque Alá só deseja afastar de vós a abominação (do pecado), ó membros da Casa (do Profeta), bem como purificar-vos (integralmente)".
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Fonte: https://pt.gatestoneinstitute.org/9747/europa-mulheres-islam