segunda-feira, maio 21, 2018

GOVERNO DE ESPANHA NÃO ACEITA CONSTITUIÇÃO DE NOVO GOVERNO CATALÃO

O presidente do governo espanhol proibiu este fim de semana a constituição do novo executivo independentista na Catalunha pelo facto de este incluir ministros no exílio ou em prisão preventiva. Mariano Rajoy considera que a proposta de Quim Torra para o novo governo regional é uma “provocação” e, no sábado, decidiu vetá-la. Ontem comunicou-o aos independentistas catalães e informou também os líderes de PSOE e Ciudadanos que o artigo 155 ficará activo até que a aliança independentista catalã proponha um executivo sem “problemas de viabilidade” - Rajoy tem articulado a resposta à crise catalã com os dois partidos anti-referendo e anti-independência no parlamento. Ainda não é desta que a indefinição catalã se dissipa.
Quatro nomes iraram o Palácio da Moncloa. Quim Torra nomeou Jordi Turull e Josep Rull para os cargos de ministro da Presidência e para a pasta dos Territórios e Sustentabilidade, respectivamente - os dois estão presos preventivamente no caso das manobras independentistas do ano passado. Torra escolheu também dois políticos catalães no exílio: Toni Comín e Lluís Puig, a quem estariam destinadas as pastas da Saúde e da Cultura. As opções controversas parecem ser a continuação da estratégia catalã dos meses passados, ao longo dos quais a aliança independentista tentou apontar como líder as figuras mais destacadas do processo e as que mais estão sob a mira das autoridades espanholas. 
Quim Torra indica, porém, que o governo regional pode insistir nos ministros escolhidos na semana passada. O novo líder independentista catalão considera “essencial” preservar as posições oferecidas aos ministros presos ou no exílio e “inimaginável” que o governo espanhol não anule o artigo 155. Torra disse este fim de semana ao “El Punt-Avui” que a região e o país enfrentam uma “crise institucional de dimensões consideráveis” caso a autonomia catalã não seja restabelecida em breve. 
Apontar ministros os catalães presos e no exílio oferece uma mensagem clara: o independentismo não considera legítimos os processos jurídicos contra os seus líderes. Aos olhos de Barcelona, os seus políticos mantêm todos os direitos. Jordi Turull afirmou isso mesmo através do Twitter: “Temos os nossos direitos políticos intactos, [e] pedimos a liberdade para exercer o cargo com plenitude. Não publicar as nomeações porque não são do seu agrado é um exercício de prevaricação; mantê-los, um ato de dignidade perfeitamente legal”, escreveu. Também a coordenadora do PDeCAT, Marta Pascal, protestou contra a decisão de Rajoy e o apoio do PSOE e do Ciudadanos: Rajoy, disse, está a “desprezar as leis e a democracia e a humilhar a vontade maioritária dos catalães”. 
*
Fonte: https://sol.sapo.pt/artigo/612845/catalunha-rajoy-proibe-novo-governo-independentista-e-prolonga-artigo-155

* * *

Dizer-se que o que os independentistas catalães estão só a «provocar», como esteve agora a dizer na SIC o opinante MiguelST, é uma borreguice pegada, agravada pelo que o fulano diz a seguir, que «o referendo não resolveu nada», o que é falso, porque a vitória independentista no referendo foi o grande marco da independência catalã, confirmado a seguir pela vitória dos partidos independentistas nas eleições, o que MST «contorna» de maneira desonesta ao dizer que «o partido mais votado não é independentista», esquecendo que os partidos militantemente independentistas tiveram mais votos que os que se opõem à independência.
Solidariedade nacionalista é pois devida para com os Nacionalistas catalães, que continuam a resistir ao imperialismo castelhano.