sexta-feira, setembro 23, 2016

OBSERVADORES DENUNCIAM: ZONA DE EXCLUSÃO AÉREA NA SÍRIA SÓ BENEFICIA OS TERRORISTAS ISLÂMICOS

O presidente iraniano Hassan Rouhani declarou que a zona de exclusão aérea na Síria servirá somente aos interesses dos terroristas financiados do estrangeiro.
"A zona de exclusão aérea será benéfica para os terroristas que possuem tudo menos veículos aéreos", citou a agência Al-Masdar News Rouhani que discursou na sessão da 71ª Assembleia Geral da ONU em Nova York na quinta-feira (22). "Têm bombas de morteiro, tanques, mísseis e veículos blindados de transporte. Possuem canhões e baterias de artilharia, mas nada de aviões militares. A criação de zona de exclusão aérea não é o passo correcto. É uma proposta imprudente", acrescentou o presidente iraniano. A visão foi ecoada por Alastair Crooke, o antigo diplomata britânico e agente do serviço de inteligência britânico MI6. "Faz pouco sentido. Este senão quer alterar o balanço a favor das forças jihadistas no terreno, parcialmente pode ser a razão disso", afirmou em entrevista ao canal RT.
Crooke explicou que a zona de exclusão aérea é um passo muito parcial porque os EUA não são capazes de controlar jihadistas na Síria. Afirmou que estes foram recentemente rearmados e restaurados e a zona de exclusão aérea significa somente a luta mais intensificada no terreno. "É uma guerra geopolítica. Não é uma guerra que toca na Síria ou se esteja a realizar dentro de Síria. Isto tornou-se num conflito geopolítico entre as partes contrapostas", disse. Há que lembrar que John Kerry introduziu uma proposta de proibir voos de aviação síria no céu do país durante o seu discurso na sessão da Assembleia Geral da ONU. Também a proposta de zona de exclusão aérea é discutida no âmbito do Grupo Internacional de Apoio à Síria.
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Fonte: https://br.sputniknews.com/oriente_medio_africa/20160923/6392910/zona-exclusao-aerea-terroristas.html

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Mais um exemplo daquilo que se diz no tópico anterior - de uma maneira ou doutra, os ianques acabam sempre por fazer merda a favor dos islamistas. O acima citado Crooke acaba por confirmar, sem o dizer expressamente, aquilo que já Alexandre del Valle escrevia há dezasseis ou dezassete anos («Guerras Contra a Europa», 1999): os EUA apoiam frequentemente as forças muçulmanas como instrumento de guerra geopolítica contra a Rússia. E,  com isto, todos, exceptuando o Islão, ficam a perder, pelo menos até onde se tem visto.