terça-feira, agosto 16, 2016

REPRESSÃO DOS DIREITOS DAS MULHERES NO IRÃO

As autoridades iranianas estão a intensificar a campanha de perseguição e repressão de activistas pelos direitos das mulheres, tratando-as como "inimigos do Estado", com registos de que pelo 12 foram detidos e interrogados na primeira metade deste ano.
Num relatório divulgado esta quarta-feira, a Amnistia Internacional diz que o regime iraniano está a lidar com iniciativas colectivas relacionadas com os direitos das mulheres e a igualdade de género como "actividades criminosas", revelando que entre Janeiro e Julho mais de uma dúzia de activistas foi sujeita a longos e intensivos interrogatórios por membros da poderosa Guarda Revolucionária, sendo ameaçadas de prisão com base em acusações de ameaças à segurança nacional.
Muitos dos detidos e detidas estão envolvidos numa campanha lançada em Outubro de 2015 por uma maior representação feminina nas eleições parlamentares disputadas em Fevereiro deste ano, que viram um número recorde de mulheres serem eleitas deputadas. A investigação da Amnistia focou-se nas reacções das autoridades conservadoras do Irão a essa e a uma outra iniciativa, um website chamado "Escola Feminista" onde são publicados artigos sobre teorias e práticas feministas e sobre o estado dos direitos das mulheres no país e a nível global.
De acordo com os investigadores, as activistas detidas não foram autorizadas a ter os seus advogados presentes durante os interrogatórios, que nalguns casos duraram mais de oito horas consecutivas. A par disso, a organização não-governamental recolheu testemunhos que comprovam que os próprios membros da Guarda Revolucionária têm como prática regular a sujeição de mulheres a abusos verbais.
"É completamente vergonhoso que as autoridades iranianas estejam a ameaçar activistas pacíficos que lutam pela participação igualitária das mulheres em organismos decisores, tratando-os como inimigos do Estado", diz Magdalena Mughrabi, vice-directora interina do programa da Amnistia para o Médio Oriente e o Norte de África. "Manifestações a favor da igualdade das mulheres não é um crime. Exigimos um fim imediato a esta campanha intensificada de assédio e intimidação, que representa mais um golpe nos direitos das mulheres no Irão."
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Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-08-10-Irao-intensifica-repressao-de-ativistas-pelos-direitos-das-mulheres   (Artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa.)

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Assim se vê o que o Islão fez numa sociedade que, islamizada há mais de um milénio pela força, estava em meados do século XX a laicizar-se, sob o regime do Xá da Pérsia. O substrato islamista era muito forte e acabou por vir ao de cima na Revolução Islâmica de 1979.


Dá isto para ficar com uma ideia do que pode vir a acontecer ao Ocidente caso a concorrência demográfica em território ocidental acabe por dar a supremacia numérica aos filhos de quem tem uma educação muçulmana há mais de um milénio.